[...]
Repescando nesse monte de comentários, adianto alguns: «O fundo judaico da sua arte e da sua indubitável tristeza, a natureza do seu humor de duplo e triplo sentido, é pouco acessível ao público» (Montale). «Tinha no sorrido o pranto do mundo, e nas lágrimas das coisas fazia bailar a alegria da vida» (Giovani Grazzini, no Corriere della Sera). E rótulos, bem... até à saturação: «anarquista-lírico», «individualista-colectivo», «patético», «fantástico», «rebelde», «melancólico», «palhaço da esperança», «grotesco», «existencialista». Ninguém, digo, ninguém, falou alguma vez da sua «raiva».
Chaplin era sobretudo um homem com um sentido do amor e do ódio profundamente arreigado. Odiava quase com fúria o mundo que o rodeava, o poder, a máquina do capital. Odiava a ordem do Estado, com os seus polícias, os seus juízes e as suas prisões. Odiava a ordem moral daquela sociedade, a ordem do lucro comercial, bancário, industrial. A ordem religiosa com as suas hipocrisias, os seus dogmas e as suas falsas esperanças. E, finalmente, odiava a ordem cultural da burguesia e do capital, e a ordem dos seus falsos e muitas vezes infames mitos. Segue n'o Diario.
se alguém lhe encontrar sentido a isto...
Chaplin, presente!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Etiquetas
- calidad (1)
- dinahosting (1)
- dominios (1)
- registro (1)
2 comentários:
Ácrata.
muacs muacs muacs.. encanta-me este blog, pau. sobretodo o relacionado com arteixo!
Enviar um comentário